Entre a costa baixa de S. Jacinto, a terra de sal e as gentes do mar, até às altas fragas da Serra da Freita, o geoparque de Arouca e os seus pastores, viveremos 4 dias ao ritmo das estações, encontrando o melhor do mundo da ria e do mundo da serra, tão diferentes e tão próximos.
Cada fim-de-tarde será marcado por uma paisagem diferente, que encontramos na harmonia das viagens. A chegada aos locais de pernoita é calculada para melhor apreciar o seu dramatismo, ao fim de dias recheados de atividades significativas.
Entre passeios de barco e caminhadas pela Serra, descobrimos as estratégias de vida de quem conhece os segredos das paisagens, a sua biodiversidade e riqueza. De quem produz o que come, de quem conhece as práticas ancestrais e as receitas mais antigas.
De manhã, passeio em Moliceiro pelos canais e esteiros da Ria, com paragem para almoço no restaurante Ostraveiro. O casal que o dirige, o Sandro e a Sandra, convidam-nos a conhecer a sua típica marinha, numa visita pelos tanques de produção artesanal onde criam os sabores do mar: as ostras triplóides, as melhores da sua espécie e a deliciosa salicórnia, fonte saudável de sal.
De tarde passeio de observação de aves no barco Sterna, um barco movido unicamente a energia solar. Navegado com perícia por Gabriel, que já conduzia barcos antes de aprender a andar. Podemos visitar locais inalcançáveis a muitas embarcações, devido ao seu casco, com um calado de apenas 40 centímetros.
Conhecedor da sua fauna e flora, Gabriel anota por entre as marés de águas claras a dança dos pássaros: as tranquilas gaivinhas (espécie de andorinhas de água doce) pousadas nos paus de demarcação, os borrelhos de coleira interrompida que levantam vôo em bando, e ao longe os flamingos de pescoço curvado (entre muitos outros).
Na confluência entre os diferentes canais e esteiros, encontro com os pescadores. Oportunidade para fazer as últimas fotos destas paisagens aquáticas.
De tarde, viagem tranquila até à serra da Freita, com destino ao seu Hotel Rural. Somos recebidos por David, neto da família local que construiu o Hotel na aldeia da Mizarela, que nos revela alguns segredos da paisagem que se estende no horizonte: o vale da nascente do Rio Caima.
Propiciam-se passeios a pé aos vários locais do Geoparque de Arouca, como por exemplo a dramática frecha da Mizarela. Uma queda de água de 60 metros localizada sobre uma falha geológica.
Ao fim do dia encontramos o pôr-do-sol com apontamentos de granito, carvalhos e rododendros que se perdem na paisagem, a dar o tom a um jantar regional.
O território classificado é gerido por uma associação local que tem sido ímpar na criação de estruturas de interpretação para o conhecimento e salvaguarda deste património natural. Sítios como a panorâmica do Detrelo da Malhada, que iremos visitar.
O almoço é servido no 10º Andar do Radar Meteorológico de Arouca, o ponto mais alto do Parque, com uma vista que abarca, a 360º todo o vale e Serra em volta, onde se pode avistar, em dias claros, a olho nu, até ao Marão, com vista pelas praias do Porto, a norte, e até à Figueira da Foz, quando nos viramos para sul.
Ieéeee! Qssss… ouvimos gritar por entre as fragas do monte. O pastor chama as ovelhas e as cabras, um espetáculo rural a fechar o dia.
O fim do dia será dedicado à transumância, num encontro com o pastor Franklin, que reúne o seu rebanho para regressar à aldeia de Cabaços junto às Pedras Boroas do Junqueiro.
A noite será passada em Arouca, com uma refeição inteiramente produzida com produtos locais no âmbito de um projeto desenvolvido pelo Geoparque: o que a serra produz, os queijos, os enchidos, o pão, o vinho, os legumes e as tradições gastronómicas à mesa.
Este dia será dedicado à zona mais baixa da Serra da Freita, com um passeio que se estende pelas antigas minas do Regoufe, ou a Poça da Cadela, como é chamada. Um complexo emaranhado de edifícios graníticos abandonados junto à aldeia com a mesma toponímia, onde é possível admirar a história de exploração do volfrâmio, contextualizada pela 2ª Guerra Mundial.
O programa encerra na aldeia de Pedrógão, com uma refeição singular.
As ruínas monocromáticas de granito surpreendem pelo estado de abandono e destruição, conferindo a este local um estranho sossego.
O almoço é servido no restaurante gerido pela família que habita o local há várias gerações. Uma experiência de degustação de alimentos autênticos, produzidos inteiramente naquele local. Associado à estratégia de auto-sustentabilidade da família, que adquire alimentos também através de caça e pesca, o restaurante é usado como forma de escoamento dos excedentes, e portanto, uma oportunidade de se sentar à mesa como quem partilha um momento de intimidade.
Suplementos: para chegada no dia anterior com dormida e transfer de e para o aeroporto — 145€. Acréscimo por quarto individual — 75€. Percurso para, no máximo, 8 pessoas, com diferentes guias especializados. O programa pode sofrer alterações por razões alheias à organização.
Suplementos: para chegada no dia anterior com dormida e transfer de e para o aeroporto — 145€. Acréscimo por quarto individual — 75€. Percurso para, no máximo, 8 pessoas, com diferentes guias especializados. O programa pode sofrer alterações por razões alheias à organização.
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